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RONALDO
Ronaldo Luís Nazário de Lima, o Fenômeno. Um menino que cresceu no Bento Ribeiro, subúrbio do Rio de Janeiro, e se transformou em um dos maiores craques da história do futebol mundial.
O início de sua carreira foi sofrido. Tudo começou no futsal, mais precisamente no Valqueire Tênis Clube, time do bairro Vila Valqueire, próximo de onde Ronaldo morava. Depois foi para o Social Ramos e para o Grajaú Country (apenas três meses), clubes tradicionais de “futebol de salão”. Os passos seguintes já seriam no campo.
Aprovado em testes no Flamengo, Ronaldo desistiu de jogar no clube de coração da sua infância por não ter dinheiro para pagar a condução até a sede do clube. A saída encontrada foi jogar no São Cristóvão, que bancava as despesas do jogador com o transporte.
Foram quase três anos nas categorias de base do clube carioca, até que pintou a oportunidade de defender as cores do Cruzeiro em 1993. Ronaldo tinha 16 anos, mas rapidamente foi integrado pelo técnico Carlos Alberto Silva ao time profissional.
Pela Raposa, o craque brilhou. Foram 58 jogos e 56 gols, a melhor média de toda a sua carreira. Em uma partida contra o arquirrival Atético-MG, Ronaldo balançou as redes três vezes e ajudou o Cruzeiro a conquistar o título mineiro de 1994.
Sua atuações chamaram a atenção do técnico Carlos Alberto Parreira, técnico da seleção brasileira, que o convocou para a Copa do Mundo daquele ano. Na ocasião, Romário pediu ao treinador para colocar Ronaldo entre os titulares. De nada adiantou, mas apesar de não ter jogado, integrou o elenco campeão mundial de 1994.
Em seguida, Ronaldo desembarcava na Europa. O Cruzeiro negociou o craque com o PSV por US$ 6 milhões. Começava a sua aventura pelas terras europeias. E não poderia ter sido melhor. Foi campeão da Copa da Holanda e seu faro de gol despertou o interesse do Barcelona.
Na Espanha, não foi diferente. As arrancadas, os dribles curtos herdados do futsal, os gols, os títulos... Em 1996, Ronaldo foi eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA. Nesse mesmo ano, conquistou o bronze olímpico com a seleção brasileira.
No ano seguinte, se transferiu para a Internazionale e novamente foi eleito o melhor jogador do planeta. Campeão da Copa América em 1997 e 1999, Ronaldo viveu seu 1º grande drama no futebol na Copa do Mundo de 1998.
Ele era a principal esperança do Brasil no torneio. E correspondia, à altura, levando a seleção à final. Mas na noite que antecedeu a decisão, o Fenômeno (o apelido surgiu na Internazionale) sofreu uma convulsão, foi parar no hospital e era carta fora do baralho para o jogo contra a França.
Contudo, pouco tempo antes de o Brasil entrar em campo, Ronaldo apareceu no vestiário e afirmou que queria jogar. O técnico Zagallo escalou o craque, mas o Fenômeno não fez jus ao apelido e a seleção canarinha foi goleada pelos franceses: 3x0.
Em 1999, novo drama: Ronaldo sofreu séria lesão no joelho direito. Em 2000, logo no 1º jogo após o retorno, o mesmo joelho saiu do lugar. Foram 15 meses longe dos gramados. Em 2001, atuou em apenas oito partidas. O técnico da Inter reclamou publicamente das condições físicas do jogador. Para muitos, Ronaldo tinha que pendurar as chuteiras.
Mas o ano de 2002 serviu como cala-boca aos críticos. Apesar de poucos jogos pelo clube italiano, Felipão bancou o craque na Copa do Mundo do Japão e Coreia do Sul. Ronaldo foi o artilheiro do torneio com oito gols (dois deles na final) e novamente foi campeão do mundo com a seleção brasileira.
Ainda em 2002, Ronaldo foi negociado com o Real Madrid. Na decisão do Mundial de Clubes, o Fenômeno brilhou mais uma vez, marcando um dos gols na vitória dos merengues sobre o Olímpia por 2x0. De quebra, foi escolhido como o melhor da partida. Semanas depois, seria eleito pela 3ª vez, o melhor jogador do mundo.
Em 2006, Ronaldo foi convocado para sua 4ª Copa do Mundo, a 3ª como titular. O Brasil foi eliminado pela França nas quartas-de-final. Mas os três tentos de Ronaldo na competição lhe renderam o posto de maior artilheiro da história das Copas do Mundo com 15 gols.
Apesar do reconhecimento internacional, o atacante não era unanimidade entre os torcedores madrilenos. Era “apenas” mais um galáctico do Real Madrid que já contava, entre outros, com Raul, Figo e Zidane. Mesmo assim, o clube não “encaixou” e entre 2003 e 2007, os merengues conquistaram somente dois campeonatos espanhóis e uma Supercopa da Espanha. O Fenômeno seria transferido então, para o futebol italiano.
Depois de defender a dupla Barça-Real, Ronaldo jogaria pelo Milan, o maior rival da Internazionale. Pelo clube rossonero, foram apenas 20 jogos e nove gols. O Fenômeno sofreu com o hipotireoidismo e com uma ruptura do tendão patelar do joelho esquerdo.
Assim como em 2002, muitos apontavam que esse era o fim da carreira do craque. Mas Ronaldo era persistente. Em 2009, ele assinou contrato com o Corinthians. No mesmo ano, foi campeão paulista e da Copa do Brasil. No entanto, em 2010, no centenário do Timão, os títulos não vieram e com a eliminação precoce na Libertadores 2011, o atacante pendurou as chuteiras.
Após a aposentadoria, Ronaldo abriu uma empresa de marketing esportivo e foi um dos membros do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. O jogador é proprietário de dois clubes que se tornaram SAF: o Cruzeiro Esporte Clube, de Minas Gerais, desde 2021 e o clube espanhol, Real Valladolid, desde 2018, onde possui 51%.
