Patrocinadores no futebol: Lusa e Tabacow, a Portuguesa sobe no tapete

Na terça-feira, 11 de março, a Portuguesa anunciou acordo com um novo patrocinador. E não é apenas um simples contrato de patrocínio. A Tabacow não está investindo um grande montante para estampar a sua marca nas mangas da camisa do clube. E muito menos há um projeto promissor como foi o caso da Parmalat com o Palmeiras. Longe disso.

Nada está mais em voga no futebol brasileiro do que o tal do “tapetão”. E no centro de tudo isso está a Lusa, rebaixada na última edição do Brasileirão após perder pontos no STJD – não entraremos no mérito se a decisão foi correta e nem mesmo vamos apontar culpados.

A Tabacow é uma empresa de tapetes e carpetes. A Portuguesa é a “vítima” do tapetão. Tadeu Rodrigues, diretor comercial da empresa, insiste em dizer que a parceria não tem nada a ver com o fato de a Lusa ter sido rebaixada no STJD. Balela. O patrocínio foi uma jogada de marketing genial. Tanto que o assunto foi notícia nos principais veículos de comunicação do Brasil.

“Cavalo encilhado não passa duas vezes”, diz o dito popular. Ele passou e a Tabacow pegou carona. Mas para contrariar esse ditado, falam por aí que o cavalo encilhado já andou circulando pelas Laranjeiras em 1996 e 2000.

Relembre outros patrocínios curiosos:

 

Corinthians: Democracia Corinthiana: Não era bem um patrocínio e sim uma propaganda política, idealizada pelos jogadores Sócrates, Casagrande, Wladimir e Zenon entre 1982 e 1984. O movimento previa que decisões importantes, tais como contratações, demissões e regras da concentração seriam decididas pela maioria.

O aspecto mais importante era que os votos dos jogadores, funcionários e presidente tinham o mesmo peso. Nesse período, o Timão estampava em suas camisas frases de cunho político, como “Dia 15 Vote”, convidando os cidadãos a votarem na escolha dos governadores, gerando desconforto entre os militares que comandavam o país, e que chegaram a pedir moderação nas mensagens. É considerado o movimento mais ideológico da história do futebol brasileiro.

Patrocinadores - Democracia Corinthiana

 

Seleção Brasileira: Instituto Brasileiro do Café: A Copa de 1982 foi a 1ª que o Brasil jogou com a sigla da CBF – até então, era CBD. Além da mudança do nome da entidade, o escudo da seleção brasileira trazia a Taça Jules Rimet e um ramo de café, simbolizando o patrocínio com o Instituto Brasileiro do Café. O Brasil jogou assim durante toda a Copa de 82 e no início da Copa de 86. Na Copa do México, depois de alguns jogos, a FIFA solicitou que a seleção retirasse o ramo do escudo.

Escudo do Brasil nas Copas de 1982 com o ramo de café.

Brasil na Copa de 82 – escudo com o ramo de café.

 

Vasco: SBT: 30 de dezembro de 2000, 2º jogo da final da Copa João Havelange. Vasco e São Caetano jogavam em São Januário. Aos 23 minutos do 1º tempo, parte do alambrado do estádio cedeu e cerca de 150 pessoas ficaram feridas. Eurico Miranda, então presidente do Vasco, era a favor do reinício da partida, enquanto a diretoria do São Caetano era contra e queria a remarcação do jogo para outra data.

A partida foi remarcada para 18 de janeiro de 2001. Eurico Miranda acusou que a cobertura da Globo havia forçado a suspensão do jogo. A emissora nega. Como forma de afrontar a Globo, no dia da final, o Vasco entrou em campo com um patrocínio gratuito do SBT, o principal concorrente do canal.

Obs: pelo artigo 27, parágrafo 5º da Lei Pelé, é proibido que empresas de mídia patrocinem clubes de futebol – em vigor desde 1998.

Eurico Miranda e Romário - logo do SBT na frente e nas costas

Eurico Miranda e Romário – logo do SBT na frente e nas costas

 

Barcelona: UNICEF: “Més que un club”. Esse é o lema do Barcelona, que até pouco tempo, era o único grande clube do mundo a nunca ter utilizado patrocínios em seus uniformes.

Isso mudou em 2006, quando a UNICEF passou a estampar sua marca na camisa do Barça. O curioso é que era o próprio clube quem pagava ao Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Essa ação social teve fim em 2011-12 quando o Barcelona aceitou receber de patrocinadores. Na ocasião, a Qatar Foundation assinou o maior contrato de patrocínio da história de um clube de futebol: € 30 milhões anuais, por cinco temporadas.

Messi e a camisa do Barça com a marca da UNICEF

Messi e a camisa do Barça com a marca da UNICEF

 

Botafogo: TelexFree: um patrocínio com jeitinho brasileiro. Proibida de operar no Brasil por modelo de negócios em pirâmide, Botafogo e TelexFree assinaram em janeiro desse ano um contrato de patrocínio em Miami, nos Estados Unidos. Vista com maus olhos no mercado brasileiro, a empresa foi alvo de piada. Na época, um suposto novo esquema tático do Botafogo foi viralizado pelas redes sociais. Confira.

Esquema-Pirâmide

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Gabriel Godoy

Jornalista; frustrou-se na tentativa de ser um jogador profissional; peladeiro; apaixonado por futebol de campo, de rua, de botão, de vídeo-game...

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