Enzo Maresca: outro italiano a liderar em Inglaterra

Se andas atento ao futebol europeu, sabes que Enzo Maresca tem bem mais no currículo do que parece à primeira vista.

Manuela Almeida Carvalho traça aqui mesmo, nesta página, o percurso de Enzo Maresca jogador, os clubes por onde passou como treinador, a forma como pensa o jogo e o que pode trazer de novo ao Chelsea.

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Enzo Maresca jogador: central médio e treinador com visão

O Maresca nasceu em Pontecagnano, no sul de Itália, e com 18 anos já estava a dar toques em Inglaterra, no West Bromwich Albion. Mas foi em clubes como Juventus, Fiorentina, Sevilla e Olympiacos que deixou a sua marca: um médio técnico, calmo, que preferia o passe vertical ao drible bonito.

“Sempre me interessou o jogo como um todo. Não só a bola, mas o que acontece à volta dela.” – Enzo Maresca, à Sky Italia.

A maior conquista? A Taça UEFA com o Sevilla, em 2006. Era daqueles jogadores que nunca estavam nas capas dos jornais, mas que os colegas adoravam ter ao lado. E logo depois de pendurar as chuteiras no Hellas Verona, em 2017, já estava a planear treinos. A transição para o banco foi praticamente natural. Quem o conhecia já sabia: ali havia cabeça de treinador.

Enzo Maresca times dirigidos: subiu rápido e com identidade

Enzo Maresca como treinador começou por baixo. Absorveu tudo o que podia, não saltou etapas à toa – fez questão de aprender bem antes de se atirar.

Os passos que moldaram o seu estilo:

• Manchester City Sub-23 (2020-2021)
  Vencedor e campeão da Premier League 2.
• Parma (2021)
  A sua primeira experiência como treinador principal.
• Adjunto de Guardiola no Manchester City (2022-2023)
  Nada como aprender com o mestre. Ao lado de Pep, Maresca desenvolveu a leitura de jogo, a gestão do grupo e a capacidade de adaptação tática.
• Leicester City (2023-2024)
  Chegou, viu e subiu.

Já os números relativos ao Maresca como treinador (confirmados pela Transfermarkt), impressionam:

• 46 jogos
• 31 vitórias
• 64,3% de posse média

“Ele vê o futebol como um tabuleiro de xadrez — mas joga como se já soubesse os próximos cinco lances.”, diz Jamie Carragher, da Sky Sports.

Enzo Maresca Chelsea: menos nomes, mais ideias

Enzo Maresca no Chelsea

Nos últimos tempos, o Chelsea parecia uma playlist em modo shuffle: dinheiro a rodos, treinadores a saltar e um onze sem alma. A chegada de Enzo Maresca Chelsea pode ser o reset que tanto faltava.

O que podemos esperar?

• Construção desde trás, com paciência e critério.
• Miúdos com espaço: nomes como Cole Palmer, Chukwuemeka ou Hutchinson podem ganhar protagonismo.
• Uma ideia de jogo sólida: futebol posicional, mas com margem para adaptar à realidade do adversário.

“Ele tem tudo para ser o próximo grande treinador italiano.” – Arrigo Sacchi, à La Gazzetta dello Sport.

Apesar de parecer gostar de ter o controlo, não é teimoso. Gosta de dominar com método e intenção. E num clube que ainda procura identidade, depois da era Tuchel e Potter, isso pode ser ouro.

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Curiosidade extra: Maresca e a superstição com… canetas?

Diz-se que Enzo Maresca nunca usa duas canetas da mesma cor durante um jogo. Azul para o onze titular, preta para as substituições. Guardou a caneta azul… num quadro, quando conseguiu a vitória na Premier League 2 com o City Sub-23, sabias?

Pequenos rituais de um treinador que, mesmo metódico, ainda acredita nos seus sinais. Superstições ou método oculto? Só ele saberá.

Conclusão: Maresca não está a brincar

Enzo Maresca não é o típico treinador de frases bombásticas ou promessas vãs. É metódico, atento e com uma visão de jogo moderna. Cresceu a ver futebol de forma analítica, aprendeu com os melhores e agora está no comando de um dos maiores clubes do mundo.

Se conseguir trazer para o Chelsea a consistência que teve no Leicester, pode calar muitos céticos – e até lançar uma nova era no clube de Stamford Bridge. Uma coisa é certa: vale a pena acompanhar esta fase. E se fores daqueles que gostam de juntar paixão com estratégia, os bónus em Portugal podem ser aquele empurrão extra.

Porque no fim de contas, o futebol é jogado no relvado – mas também na cabeça de quem o entende. E Maresca? Parece que já está umas jogadas à frente.

Foto de capa: divulgação