Minhas Copas

Meu amigo Marco Antônio Astoni, o Marcão da Pompéia, fez um texto muito bacana contando sua trajetória nas Copas do Mundo. Ele foi na ideia do seu amigo Renan Damasceno e eu fui na ideia dele. Afinal, o que é bom tem que ser passado para frente!

1982

Zico of Brazil and Claudio Gentile of Italy

Brasil 2×3 Itália: Copa de 82 – 2a Fase

Minha primeira lembrança de futebol. Tinha 5 anos e lembro dos jogos do Brasil. Muita gente não acredita, mas é verdade. Assistíamos os jogos na casa da minha vó. Quando o Éder fez o gol contra a União Soviética, meu pai me levantou na janela que dava para a rua. Fez o mesmo no golaço contra a Escócia. Foi a primeira vez que ouvi uma expressão engraçada no futebol, “Esse goleiro tá pegando até mãe!”, disse um tio. Esse goleiro era Rinat Dasev. Fiquei fã dele e daquela camisa com o CCCP no peito. E até hoje não entendocomo Valdir Peres conseguiu tomar aquele gol.

1986

Diego Maradona

1986 – Final: Argentina 3×2 Alemanha

Lembro de outros jogos dessa Copa. Com 9 anos, o futebol já fazia parte da minha vida. Descobri o gênio Maradona e o que era um bolão, quando meu pai disse que tinha acertado o placar de Brasil 4 a 0 na Polônia. Lembro do meu primo correndo pela casa gritando que a França tinha perdido um pênalti quando na verdade não tinham. Que azar do ótimo goleiro Carlos. Desenhei o gol de Careca contra a França. Aquela troca de passes me encantou. No potinho do Nescau vinham uns adesivos das seleções. Gostei do adesivo da Bulgária, só não lembro porquê.

1990

Já era um “entendido” de futebol com 13 anos e não entendi como a Argentina conseguiu perder para uma seleção com nome de Camarões. Assim como não entendi porque trocaram Carlos Alberto Silva por Sebastião Lazaroni. A minha impressão na época era que a seleção só tinha jogadores de Vasco, Flamengo e estrangeiros, tirando Taffarel, que sempre fui fã. Meu pai fez uma viagem para Argentina a trabalho e trouxe camisas da seleção para mim e meuirmão. Torcemos como verdadeiros barrabravas na semi contra a Itália. Nas brincadeiras com os amigos, Goicoechea era sempre o nome escolhido. Pegar pênalti era bom demais. A camisa da Alemanha era a mais bonita da Copa e me fez torcer pra ela na final, mesmo gostando da Argentina.

1994

1994 WORLD CUP FINAL

1994 – Final: Brasil 3×2 Itália nos pênaltis, repetindo o placar de 1982.

Sem dúvida a Copa que mais curti. Tinha certeza do título desde o jogo contra o Uruguai em 93, mesmo com Parreira no banco de reservas. Assisti aos jogos num telão no Country Club de BH. Tínhamos uma turma bacana e era festa garantida. Xinguei o Bebeto de FDP no gol contra os EUA, mas era um elogio. O gol de Romário contra a Holanda é um dos mais bonitos que já vi na vida. Não entendia muito bem a função do Zinho e porque Parreira colocou o Viola e não o Ronaldo na final. Meu primo Rafael acertou o placar, a ordem dos gols e os autores nas quartas entre Alemanha e Bulgária. Chorei no título eatravessei o campo do clube de joelhos junto com meu primo depois de uma promessa. Que arrependimento!

1998

A semifinal contra a Holanda foi o melhor jogo da Copa. A emoção da defesa decisiva de Taffarel nos pênaltis só não foi maior que a tristeza da notícia do falecimento de um primo mais velho depois daquele jogo. A final já não me interessava muito. Muita gente na minha faculdade de comunicação torceu para Jamaica. Rivaldo jogou demais aquela Copa e tinha certeza que Ronaldo e Bebeto não gostavam um do outro.

2002

Ronaldo of Brazil celebrates

2002 – Final: Brasil 2×0 Alemanha

A Copa dos jogos de madrugada. Lembro que foi difícil demais acordar para ver Brasil e Costa Rica. A nike fez a camisa mais feia do Brasil em Copas e eu mesmo fiz a minha com uma básica amarela da Hering e uma tinta verde para tecido. Procurei até cansar alguma camisa retrô do Brasil, não achei. Hoje tem em qualquer esquina. Nunca tive espírito empreendedor.

2006

Assistimos a eliminação do Brasil na casa do meu primo. Fizemos um bolão de linha e eu saí com o Malouda. Era mais fácil ter tirado o gandula. Estava usando a camisa de 82, triste coincidência. Fiquei puto ao ver o Robinho de cavalinho no Zidane enquanto Gilberto Silva chorava ao fundo.Torci para a França na final contra a Itália por causa do Zidane. Queria saber o que o Materazzi falou para ele.

2010

A agencia que eu trabalhava no interior estava em campanha política e foi difícil acompanhar vários jogos. Achei a Copa meio chata com o povo Paul e as vuvuzelas. A seleção não empolgava. Torci para a Holanda na final e xinguei muito o Robben. Assisti Brasil e Holanda com a camisa de 82. Camisa zicada mesmo!

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André Fidusi

Publicitário e jornalista por formação, ilustrador por vocação. Futebol na veia. Quem pede recebe, quem desloca tem preferência. Pegar de pé é dibra. Vamo que vamo!

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