Pela paz no clássico das multidões

Corinthians e Flamengo têm as duas maiores torcidas do Brasil. Juntas somam mais de 50 milhões de torcedores espalhados por todos os cantos do país. Por isso, mesmo quando jogam longe de casa, os jogos dos clubes são garantias de estádios cheios. Um clássico como o do próximo domingo, em São Paulo, dispensa comentários.

Nos últimos anos, o Maracanã esteve em reforma. Nesse Brasileirão, por exemplo, o Flamengo já mandou suas partidas em Florianópolis- SC, Juiz de Fora–MG e Brasília. O público compareceu e provou que a torcida do Rubro-Negro é grande mesmo fora do Rio de Janeiro.

A torcida do Corinthians é conhecida pela alcunha de Fiel. As Invasões Corintianas ao Maracanã (semifinal do Brasileiro de 1976) e ao Japão (Mundial de Clubes de 2012) explicam a origem do apelido.

Estádio é lugar para famílias e crianças. Pela paz nas torcidas!

Estádio é lugar para famílias e crianças. Pela paz nas torcidas!

No entanto, vândalos infiltrados de flamenguistas e corintianos se envolveram em episódios lamentáveis nas últimas semanas. O cenário foi o mesmo: Estádio Mané Garrincha, em Brasília, onde torcedores de diferentes clubes podem assistir ao jogo lado a lado sem as tradicionais grades de separação.

No domingo, 18 de agosto, “flamenguistas” e “são paulinos” entraram em confronto. Os “torcedores” de ambos os clubes tinham passagem pela polícia e faziam parte de torcidas organizadas. Uma das vítimas teve a mandíbula quebrada.

No domingo seguinte, Vasco e Corinthians jogaram no Mané Garrincha. As maiores torcidas organizadas dos clubes se digladiaram, assustando as pessoas de bem que ali estavam para assistir à partida. E as câmeras de segurança flagraram membros da Gaviões da Fiel que estavam presos em Oruro, na Bolívia, por suposta participação na morte de Kevin Espada, torcedor de 14 anos do San José atingido por um sinalizador lançado por um corintiano.

O Estádio Mané Garrincha tem mais de 400 câmeras de segurança e não é das tarefas mais difíceis identificar quem participou das confusões. Existe uma lei para punir esses marginais. O Artigo 41-B do Estatuto do Torcedor prevê reclusão de 1 a 2 anos e multa para quem “Promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir local restrito aos competidores em eventos esportivos”. O parágrafo 1º ainda ressalva que as leis se aplicam a um raio de 5.000 metros ao redor do estádio.

O Brasil é um país complacente com os crimes do colarinho branco. E estamos na mesma toada com os crimes que acontecem dentro dos estádios de futebol. Que Corinthians x Flamengo seja notícia apenas nas páginas de esportes.

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Gabriel Godoy

Jornalista; frustrou-se na tentativa de ser um jogador profissional; peladeiro; apaixonado por futebol de campo, de rua, de botão, de vídeo-game...

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