Por penas individualizadas
De saco cheio. Quem é que gosta de ir aos estádios de futebol e não está de saco cheio de brigas entre torcidas? E nem é preciso de um super clássico pros brigões entrarem em ação. Não que a paixão clubística justifique a violência. Tenho grandes amigos que torcem para o rival. E acho sadio. Nada melhor que vencer um clássico e tirar onda com seu amigo. E nem por isso, nunca saí no tapa com ninguém.
O que me assusta cada dia mais são as brigas entre “torcedores” de um mesmo time. Não preciso nem explicar a razão das aspas, certo? É um bando de vândalos que se infiltra nas torcidas. São facções que vão ao estádio para brigar. Ninguém me tira da cabeça que para eles nada importa o resultado do jogo. Mais vale quem bateu em quem.
O intrigante é que são sempre os mesmos que causam as confusões. E o que acontece com eles? Nada. Se detidos, são liberados logo em seguida. É o torcedor de bem que paga a conta. É o sócio do futebol que paga em dia e que não pode ir ao estádio porque o STJD mandou o jogo para uma cidade a 100 km de distância.
Do que adianta se esses mesmos marginais podem se deslocar até lá para brigar? Se para eles nada importa o resultado do jogo e se o clube vai lucrar “x” ou “y”? São dezenas de câmeras espalhadas pelo estádio e arredores que identificam quem esteve envolvido nas confusões. Os jogadores também pagam caro. Vão jogar em um estádio que muitas vezes não tem a infraestrutura das arenas modernas e acabam lesionados.
As novas diretorias de Cruzeiro e Palmeiras colocaram fim às regalias de torcidas organizadas que recebiam passagens e ingressos para acompanhar o time dentro e fora de casa. Seus presidentes foram ameaçados por alguns integrantes. Nada aconteceu com essas “torcidas” e “torcedores”. Mas o clube ainda é severamente punido.
Não adianta o Ministério Público acabar com as organizadas. Um novo código de identificação e a turma se encontra no estádio para fazer o “fuzuê”.
Enquanto não forem aplicadas penas individualizadas, clubes, torcedores e jogadores ficarão à mercê dos baderneiros. Durante muitos anos, a Inglaterra sofreu com as ações dos hooligans. A história mudou quando a justiça inglesa passou a condená-los e proibi-los de frequentar os estádios.
Confira trecho da nota de esclarecimento que o Cruzeiro divulgou na segunda-feira, um dia após a festa pelo tricampeonato brasileiro ser cancelada por brigas envolvendo a Máfia Azul e a Pavilhão Independente: “As ações dessas duas facções de vândalos e baderneiros, que em nossos jogos tem levado o clube a sofrer com seguidas punições, assustando e trazendo medo aos milhares de torcedores pacatos que comparecem as nossas partidas e obrigando a sociedade a presenciar tanta brutalidade e selvageria estão a exigir da Justiça Comum sentenças que os exclua de frequentar os nossos estádios, tal como ocorreu na Inglaterra com os famigerados Hooligans”.
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