Poupar ou não, eis a questão

Na reta final do Brasileirão, 13 clubes da Série A dividem a atenção com um segundo torneio: a Copa do Brasil ou a Sul-Americana. Se considerarmos a participação do Atlético-MG no Mundial, nada mais que 70% dos clubes da elite do futebol nacional podem poupar jogadores nos últimos jogos do campeonato.

Tem muita coisa em jogo nesse Brasileirão. Apesar da boa vantagem na liderança, o título do Cruzeiro não está assegurado. O G-4 que vale vaga na Libertadores pode virar G-6 (se o Atlético-MG e o campeão da Copa do Brasil estiverem entre os cinco primeiros) ou mesmo G-3 (se um brasileiro for campeão da Sul-Americana). Com o campeonato embolado, muitos são os clubes que ainda correm risco de rebaixamento.

Das nove rodadas restantes, oito serão aos sábados e domingos. Nos dias de semana, os clubes que ficam por conta do Brasileirão terão mais tempo para recuperar seus jogadores. As demais equipes devem colocar na balança se vão priorizar algum torneio e se sim, qual.

Exemplos de quem poupou e se deu mal são muitos. Como não lembrar dos vices do Coritiba em 2011 e 2012 na Copa do Brasil? Teve quem poupou e se deu bem, o caso mais recente é do Atlético-MG na Libertadores 2013.

Há clubes que disputaram dois torneios com a mesma intensidade. O Time de Guerreiros do Fluminense escapou de um rebaixamento quase certo em 2009 e sem poupar titulares foi até a final da Copa Sul-Americana. Mas vale o risco de ter um de seus principais jogadores lesionados?

Herói da classificação do Flamengo na Copa do Brasil, Elias pode ser poupado em alguns jogos

Herói do Flamengo na Copa do Brasil, Elias será usado nas duas competições.

Veja as situações dos 14 clubes que tem duas competições para disputar.

Na Copa do Brasil:

Grêmio, Atlético-PR e Botafogo dificilmente deixam o G-4. Se avançarem na Copa do Brasil e não conseguirem diminuir a diferença para o líder Cruzeiro nas próximas rodadas podem poupar seus jogadores na reta final do Brasileirão.

Goiás, Internacional e Flamengo ainda sonham com o G-4, mas podem garantir uma vaga na Libertadores mesmo em 5º ou 6º lugar. As chances de rebaixamento são mínimas. Devem entrar com força máxima nas duas competições e deixar o “pau quebrar”.

Corinthians e Vasco correm risco de rebaixamento. A situação do Vasco é mais complicada. Segundo matemáticos são mais de 50% de chances de cair. Se for eliminado na Copa do Brasil e permanecer na 1ª divisão, a torcida pouco vai se importar. Foco no Brasileirão. O Corinthians tem um bom elenco. Deve ir com força máxima nas duas competições. Afinal de contas, a torcida quer ver gol, o que parece cada vez mais difícil.

Na Sul-Americana

São Paulo e Bahia ainda correm risco de rebaixamento. Jogam as próximas rodadas com força máxima. Se seguirem vivos na Copa Sul-Americana e conseguirem a pontuação mínima para fugir do Z-4, devem priorizar a competição continental, afinal de contas título nunca é demais, sobretudo, com direito a uma vaga na Libertadores.

Coritiba e Ponte Preta correm sérios riscos de rebaixamento. O péssimo returno credencia o Coxa Branca como um dos “candidatos” a cair. Deve priorizar o Brasileirão. Perder seu principal craque Alex em um jogo da Sul-Americana pode custar muito caro. Já a Ponte respira por aparelhos para seguir viva na elite. Estreante em competições continentais, a Macaca deve ir com força máxima nas duas competições.

No Mundial

O Atlético-MG usou o Brasileirão como um laboratório para o Mundial. Praticamente garantiu a pontuação mínima para não cair e vai usar as últimas rodadas para testar esquemas, jogadas e jogadores.

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Gabriel Godoy

Jornalista; frustrou-se na tentativa de ser um jogador profissional; peladeiro; apaixonado por futebol de campo, de rua, de botão, de vídeo-game...

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