Para quando esperar a volta das torcidas aos estádios?

O início da vacinação em boa parte dos países traz a esperança de que a vida possa voltar ao normal. No caso dos esportes, após um longo periodo parados, retornaram com diversas limitações, onde a preocupação financeira é, sem dúvida, o maior dos problemas por causa do rombo deixado pelos estádios, ginásios e arenas vazios ao redor do planeta.

No Brasil já se aventou a possibilidade, especialmente no Rio de Janeiro, de ter público nos estádios. Entretanto, o prefeito Eduardo Paes voltou atrás argumentando que a fiscalização seria um problema.

É de se esperar que os clubes façam alguma pressão para o retorno dos seus torcedores aos jogos, nem que seja aos poucos. O Flamengo ganhou 100 milhões de reais em bilheteria e receita com comida e bebida no Maracanã em 2019. Mesmo que o ano de 2020 não tenha sido tão mágico no sentido esportivo, era de se esperar um montante próximo a isso nos cofres do clube rubro-negro.

Torcida do Flamengo. Maracanã, 2019.

Torcida do Flamengo. Maracanã, 2019.

Como o time carioca só teve torcida nos seus jogos até março – a maioria pelo Campeonato Carioca e sem muita atratividade – não deu para chegar nem perto do seu faturamento no ano anterior.

 

Estados Unidos tem um exemplo que precisa ser visto

 

A NFL (Liga de Futebol Americano) e a NBA (Liga Nacional de Basquete) são duas das principais Ligas esportivas do mundo e suas franquias estão entre as mais valiosas, dividindo espaço com Barcelona e Real Madrid no futebol e Ferrari no automobilismo. Portanto, se o rombo foi grande nos clubes brasileiros, pode ter certeza de que os bolsos dos proprietários das demais Ligas sofreram um bocado também.

NFL e NBA optaram por caminhos contrários para lidar com o problema. A NBA estava no meio da disputa quando teve que parar. A solução encontrada foi criar uma bolha no complexo da Disney em Orlando, levar todos os jogadores para lá, fazer testes em massa e decidir a competição. O sucesso foi estrondoso e não houve um caso de Covid-19 dentro da bolha.

Complexo da Disney em Orlando. Foto: Divulgação | NBA

Complexo da Disney em Orlando. Foto: Divulgação | NBA

 

Together Mode NBA: torcida virtual. Foto: Divulgação | NBA

Together Mode NBA: torcida virtual. Foto: Divulgação | NBA

 

A NFL estava na sua longa parada entre as temporadas. Como é um esporte de contato e tradicionalmente jogado no outono e inverno, a temporada da NFL dura pouco: só entre setembro e a primeira semana de fevereiro. Fazer uma bolha seria impraticável uma vez que cada time de basquete possui 15 jogadores e os jogos acontecem todos os dias e a NFL tem um jogo por semana e conta com mais de 50 atletas por elenco. A decisão adotada pela Liga Profissional de Futebol foi similar ao do nosso futebol tupiniquim, com muitos testes, viagens normais e mantido o mesmo calendário pré-pandemia.

Durante os jogos ocorreram vários casos de contágios, algumas partidas foram adiadas, mas a temporada da NFL foi adiante e irá terminar no dia 7 de fevereiro de 2021, com o Super Bowl. Curiosamente, alguns estádios não ficaram vazios durante esse periodo. Certas equipes tiveram a liberação das autoridades locais para receberem suas torcidas. O Tennessee Titans, por exemplo, pode jogar com 21% de seu estádio ocupado, cerca de 14.500 fãs. Com isso os prejuízos financeiros não foram tão grandes. Todavia, é de se pensar se vale a pena abrir essas exceções para um evento esportivo, ainda mais em um país que é o líder disparado em número de casos e mortes pelo vírus.

 

Vacinação e outras formas de obter recursos

 

No final não tem jeito: estádios cheios com aquela atmosfera sensacional só quando tivermos vacinação em massa. É esperar que 2021 seja o ano da vacina para que 2022 seja o ano do retorno à normalidade. A torcida poderá até voltar antes – talvez no meio desse ano? – mas muitos fãs irão preferir assistir aos jogos pela televisão ou serviços de streaming, do que se arriscarem a ir aos estádios, caso não tenham tomado a vacina, por exemplo.

Paralelo a isso tudo existem as dívidas e os clubes precisam ser inteligentes. Nos Estados Unidos, pouco antes da pandemia, houve uma flexibilização no mundo do jogo e os sites de apostas agora podem funcionar em diversos estados. O que antes era uma diversão apenas de quem visitava Las Vegas, agora pode ser acessado muito mais facilmente.

O Brasil também trabalha na sua Lei do Jogo para reverter a proibição imposta no governo Dutra (1946 a 1951), ainda no meio do século passado. Mas os clubes já estão aproveitando o aumento dos apostadores e das empresas em questão, tendo novos patrocinadores dessas mesmas companhias de apostas e seus milhões entrando na conta das entidades esportivas.

Mas como o jogo pode ser proibido se os clubes brasileiros podem ter empresas de apostas como patrocinadores e, ao mesmo tempo, apostadores jogarem sem problema nenhum? Muito simples. Dutra não pensou, porque também não poderia, na internet. As plataformas (e seus servidores), além das empresas de apostas, estão sediadas em outros países. Outras fontes de renda como vendas de direitos de transmissão dos jogos em plataformas de streaming ou para outros países e demais produtos licenciados precisam ser trabalhados também nesse sentido de liberação.

Junto com vendas de atletas, direitos televisivos e premiações de competições como fazem a Copa do Brasil, Libertadores e o Campeonato Brasileiro, existe um caminho promissor para transpor esses tempos desafiadores com possibilidades de cofres mais cheios para todos.

Categorias: ParceirosPágina inicial

Agência eMarket

Somos especializados em mkt digital para auxiliar empresas a prospectar, manter e rentabilizar clientes e negócios.

Veja todos os posts de

Veja também: