A coisa mais importante na vida é o tempo. Se não temos saúde, então temos pouco tempo. E o que poderia ser um paradoxo é que, mesmo com saúde, “o tempo não para”, como já dizia o poeta.

A foto de Cristiano Ronaldo no banco, no jogo de Portugal contra a Suiça, foi bem impactante. Um dos maiores jogadores de futebol, de todos os tempos, estava sentado no banco de reservas, assistindo ao nascimento de, quem sabe, novos ídolos de seu país e, por que não, do mundo.

E por saber disso tudo, que o tempo passa, o que o fazemos com ele? Qual será o legado que iremos deixar ou mesmo, uma pequena contribuição do que aprendemos em nossas passagens por aqui? Qual o tamanho da responsabilidade daqueles que definem os rumos da política, da cultura, do esporte e de muitos outros setores de um país inteiro durante as suas “temporadas” na Terra? É muito poder em postos de tamanho impacto social, cultural, econômico e esportivo. Para sentar-se nessas “cadeiras vips”, é preciso muito conhecimento, humanidade e sabedoria. Perceber que os interesses coletivos são mais importantes do que os desejos pessoais.

O tempo está passando também para outro gênio do futebol: Messi, sua última Copa parece ser a que ele se encontra melhor. O brilho mais intenso de uma simples lâmpada ou de uma estrela é o instante final antes de ambas se apagarem. Uma final entre Argentina e Portugal seria a justiça divina dos Deuses do futebol. Entretanto, justiça é algo questionável e nem sempre está presente no placar ao término de uma partida.

Pelé, o melhor de todos os tempos, está lutando para jogar mais uma prorrogação e nós, por mais tempo com ele. Que o digam os nossos vizinhos, com a saudade eterna de seu “D10s”: Diego Armando Maradona.

Quantos craques o tempo levou, quantas memórias de gols e dribles antológicos. Ainda bem, que também é questão de tempo, para o surgimento de novos ídolos e personalidades ímpares no futebol, como Guarrincha, El Mágico González, Dr. Sócrates, Casagrande, Wladimir, Afonsinho, Marta, Megan Rapinoe, Sadio Mané, Rachid Mekhlouf, Lilian Thurram, Eric Cantona, Reinaldo, Carlos Caszely, De León, Pedro Graffigna, Richarlison, entre outros.

Sócrates, Casagrande e Wladimir com a faixa: “Ganhar ou perder, mas sempre com Democracia”.

A Copa do Catar pode celebrar mais um gênio: Kylian Mbappé, que já nos deu amostras do seu potencial, fora e dentro de campo, desde a final de 2018 na Rússia, quando cumprimentou, em plena final de Mundial, uma ativista do Grupo Pussy Riot, que lutava (e ainda luta) pela liberdade política no país, durante o governo de Putin.

Tudo na vida é questão de tempo. Inclusive, para conhecermos o novo campeão do mundo.

“Bonus track”: um videoclipe, na melhor concepção do termo, que me motivou a escrever esse texto:

Fotos: Divulgação

Podcast:

 

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