A seleção favorita para a Copa de 2026 pode nem se classificar
A última partida da Itália em Copas do Mundo foi em 2014: derrota para o Uruguai por 1×0 e eliminação precoce na fase de grupos, repetindo o vexame de 2010.
De lá pra cá, a seleção italiana conquistou a Euro de 2020, em uma final emocionante contra a Inglaterra. Arquibancadas lotadas, inclusive (época de pandemia – viva a vacina!). Após empate em 1×1 no tempo regulamentar e 0x0 na prorrogação, 3×2 na disputa por pênaltis. Uma surpresa para muitos e uma pista para alguns do que a Itália é capaz.
“Che sta succedendo?”
Os italianos vêm acompanhando de perto o prestígio da sua seleção diminuir ao longo dos anos, assim como foi com o seu “campioanto di calcio” (Série A no Brasil). E mais, testemunharam França e Espanha superarem sua “squadra” no cenário mundial do futebol.
Entretanto, tudo isso pode mudar ano que vem, com o título nos Estados Unidos/Canadá/México. Aliás, seria um “pentacampeonato”, o que significaria se igualar à seleção brasileira, única com cinco Copas até o momento, pois a Itália é, paradoxalmente, a favorita para a Copa do Mundo de 2026. Caso se classifique. Mas como isso é possível?
O início: Ellis Islands
Localizada no Porto de Nova York, Ellis Island foi um importante posto de imigração nos Estados Unidos, entre 1892 e 1954, recebendo mais de 12 milhões de imigrantes, muitos deles, italianos. Era frequentemente chamada de “Island of Hope” (Ilha da Esperança) ou “Island of Tears“ (Ilha das Lágrimas), dependendo se os imigrantes eram admitidos ou não.
A imigração italiana, em particular, foi um fenômeno significativo na América e representou mais de 10% da população americana, na época.
Atualmente, os EUA contam com cerca de 15,7 milhões de italianos ou descendentes de italianos, sendo a segunda maior colônia fora da Itália, perdendo apenas para o Brasil, com cerca de 30 milhões.
Esses imigrantes italianos estabeleceram comunidades em várias cidades dos EUA, formando bairros como o Little Italy, em Nova York, um símbolo da sua cultura. A grande maioria vinha do sul da Itália e da Sicília, com origem agrária. Comunidades ítalo-americanas foram estabelecidas em cidades industriais como Nova York, Boston, Chicago, e San Francisco.
Em 2010, cerca de 18,8 milhões de pessoas nos Estados Unidos declararam ter ascendência italiana.
Neste link, uma matéria sobre a realidade dos imigrantes ao chegar no porto de Nova York: Museo emigrazione italiana
Coisas do futebol
A Itália, caso participe do próximo Mundial, vai estar “em casa” nos Estados Unidos. Seus jogos, provavelmente, irão lotar as arquibancadas de torcedores fanáticos no resgate da Azzurra. Podemos presenciar, por exemplo, a repetição de 1982: uma fase de grupos sofrível, aos trancos e barrancos e depois, “rumo ao penta” durante as fases eliminatórias. E com um detalhe de grande relevância em relação à Copa na Espanha: a seleção italiana caminhará pelos confrontos embalada pelos “caldeirões” que serão os estádios em seus jogos.
Se não me falhe a memória, Aymoré Moreira, em uma entrevista para a Rede Globo, ainda na fase de grupos em 1982, apontou a Itália como a grande favorita para o título mundial na Espanha. Muitos jornalistas brasileiros não levaram a sério o que estava sendo percebido por ele naquele momento.
Toda essa história e tradição dos italianos e de como eles se relacionam e jogam/vivem o “calcio”, serão transportados para dentro de campo em 2026 (após a ausência em duas Copas seguidas), onde jogadores de uma seleção limitada tecnicamente – mas não, taticamente – poderão superar outras escolas mais “qualificadas” em um torneio eliminatório de apenas 30 dias. Nenhuma novidade ou milagre em se tratando de futebol.
Força e velocidade serão determinantes na próxima Copa. Meu palpite para a final: Itália x Noruega, se o chaveamento e os Deuses do futebol permitirem.
Fotos de capa: divulgação | Montagem: Futbox
Confira nos dois documentários abaixo, um pouco da história da imigração italiana. Importante, sempre, um filtro em relação ao texto, mas de grande valor em termos de registro histórico:
Immigrants at Ellis Island | History:
Ilha Ellis: A porta de entrada para a América no início do século XX:
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