A compra da marca Pelé pela NR Sports por 18 milhões de dólares (95 milhões de reais) faz parte do processo de compra do Santos Futebol Clube. Até aí, nenhuma novidade. O ponto pouco comentado está no que essa decisão realmente representa.

É importante e estratégico para a “Família Neymar” que o Rei do futebol seja “escanteado”, para que a gestão da outra marca (Neymar Júnior) seja realizada com sucesso, sem concorrência, junto à marca dos Santos.

A não divulgação da compra, no dia do 1000º gol marcado por Pelé (ontem, 19 de novembro), foi mais um indício dessa manobra. Seria natural divulgar um negócio desse porte numa data tão simbólica, caso o objetivo da compra fosse realmente o resgate da marca Pelé. Mas está claro que esse não é o propósito “real”.

Nos mercados de fusões e aquisições é comum que uma empresa compre outra — muitas vezes concorrente — para depois, promover o “esquecimento” dessa empresa/ativo adquirido, apagando sua relevância com o tempo.

Esse é o cenário que provavelmente irá acontecer em relação à marca Pelé. Num primeiro momento, a divulgação da compra, homenagens e promessas de resgate, reconhecimento, projetos especiais, etc. No entanto, o foco permanecerá o mesmo: consolidar a marca Neymar Júnior e sua ligação exclusiva com o Santos.

O Rei do futebol era “imarcável” dentro de campo. Agora, precisa provar que será também fora dele. Uma batalha velada para muitos e determinante para o pai do menino Ney.

A favor de Pelé está a eternidade. Neymar Júnior, por sua vez, dependerá sempre das redes sociais.

Arte capa: FUTBOX

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